Apesar de ter ido dormir tarde no dia anterior (lá pela meia-noite), o dia começou cedo para mim, despertei 5:30 e quem disse que eu consegui dormir novamente? Naaaada, estava lá eu disposto firme e forte ligando a TV e assistindo o Ultimato Bourne ás 6 da manhã... bah; e aos poucos fui fazendo umas coisinhas e arrumando as malas, tomei uma ducha (viu sr. Mauricio Marcinelli? – obs.: ele acha que eu não tomo banho nessas viagens rsrs), tomei o café, desci para postar a atualização de ontem, e lets go, meu taxi estava esperando.
Cara, embarquei no taxi e tenho uma pergunta... quem dos que está lendo se acha o piloto??? (Sei que o Navarro não tá lendo mas pergunta para ele Roberta rsrs) Não... vocês não são pilotos! Fazer o que esses caras fazem aqui... ha, duvido muito! Fui para o aeroporto e cheguei depois de muitas finas, freadas, buzinadas e etc. A verdade é quem ninguém respeita ninguém seja motorista ou passante, você mete o carro ou o corpo na frente e tá tudo certo. Ontem eu havia olhado do ponto de vista do pedreste, hoje foi pelo lado do motorista; foram algumas freadas bruscas porque simplesmente se lançam á frente do carro, mas o melhor foram as finas, imagina em duas faixas da via emparelhado com um caminhão e um outro carro do lado e os motoristas acelerando á toda porque na frente o caminho afunilaria... juro que engoli em seco essa hora! Aposto que alguém pensou “ele borrou a cueca”... não, sou um rapaz elegante (mãe, é melhor não comentar esse post kkkkk).
Pois é, cheguei são e salvo no aeroporto, fiz os procedimentos e esperei o voo até esse momento em que vos escrevo os acontecimentos desta manhã... como tenho tempo, vamos refletir sobre as linhas do tempo e a luz da sabedoria divulgada no Maharabatta??? Ops... chamaram o meu vôo... sorte de vocês!!! #parti2h depois havia chegado em Jaipur, a capital do Rajastão, passei no escritório de turismo do aeroporto e tinha uma senhora dormindo lá, falei que precisava ir para Agra e ela me deu um mapa da cidade... que beleeeeeza, tô 10 em comunicação; agradeci e fui embora, saindo do aeroporto aquele bafo quente do deserto... ah agora eu estava em casa kkkk tanto que peguei um taxi pré-pago e o cara perguntou com ou sem ar condicionado? Lógico que pedi sem hehhe eu gosto desse clima deserto, sei lá porque mas desde moleque sempre me chamou. Falei ao taxista o que queria e esse sim me atendeu, graças a Deus! E partimos rumo ao terminal de onibus; no caminho eu estava pensando que como Jaipur era parte do Triangulo Dourado, com certeza haveria terminal com escritório de informações e tudo mais... já estava esquecendo que eu estava na India, chegando lá era um boxezinho na calçada com os preços e destinos em hindi... que beleeeeza de novo! Quando estava chegando a minha vez, passou um onibus com o cara gritando na porta "Agra, Agra, Agra"... opa, fiquei desesperado para comprar o ticket e o cara que gritava mandava eu entrar e eu tentando falar que eu estava sem ticket e ele fazendo sim com a cabeça e mandando eu entrar e fiquei naquele "vou, não vou, vou, não vou"... tão achando que vou falar "fechou, fiquei!" que naaaaada, parti pra cima e entrei! De cara já peguei o melhor lugar para mim, na frente com espaço para a minha mochila, aí sim!
E partimos para uma viagem de 6h até Agra, pra variar um pouco eu era o unico ocidental da viagem toda hehehe e essa viagem merece um relato á parte.
Crônica de Uma Estrada Indiana
O motorista já segurou na quinta e foi mandando bala, com uma buzina possante ele só avisava que iria passar, azar dos ciclistas, caminhões, rickshaws, carros e pedestres, o cara ia voando na estrada e fon fon fon e voava e fon fon fon e... ah vocês já entenderam!
Quando eu acostumo com o piloto á bordo do seu Force India Coletivo comecei a perceber as singularidades da estrada que só na India mesmo, ultrapassamos uma manada de camelos que era guiada pelo meio da estrada (foram os 1ºs que vi por aqui), com muita buzinada e sem diminuir a velocidade logo ela ficou para trás. Em algumas cidades que passavamos foram saindo e entrando gente e eu reparei em uma indiana que estava no jogo de banco ao lado que apesar dela ser bonita ninguem sentava ao seu lado e uma hora em que um tio foi descer ele olhou para o lugar e o cobrador já começou a falar e eu me toquei no que estava acontecendo, ninguém sentava ali pelo lance de segregação de genero, tirando as familias, homem senta com homem e mulher com mulher, mais um lance cultural que tenho de ficar esperto.
Enquanto isso na estrada... o cobrador veio me cobrar com a maquininha! Senti firmeza no tiozinho, me cobrou o preço que havia lido meu guia (R$ 7,15 por uma viagem de 6h, tá ótimo) po foi bem honesto, sem truques ou caixinha rs.
E o onibus voando... até que emerge do outro lado da pista uns 10 caras que pareciam estar de sunga, aí vieram mais uns 100 e aí eu vi que eles não estavam de sunga não, estavam pelados mesmo, caminhando na estrada, tudo ao sabor do vento... ah eu segurei a risada para não ofender ninguem mas kkkkkkkkrk e na sequencia como em romaria o mesmo nrº de mulheres totalmente vestidas com sáris brancos... por isso eu gosto do Brasil, aqui provalvemente seria o contrario!
Depois de uma parada para lanche onde não ousei sair de perto do bus e onde todos os outros passageiros me olhavam como se eu fosse um ET, começou a anoitecer... e o onibus voando na mesma toada, e além de escurecer começou um vento forte que trazia a areia do deserto que passava em jatos na frente do onibus, eu que estava praticamente ao lado do motorista não enxergava um palmo na minha frente e ele? Voando! Ah e buzinando também!
O mais legal é que estrada tem de tudo e pouquissimas coisas têm farol traseiro só carros e caminhões, o restante tem de ouvir a buzina e sair da frente.
Ás 21:00 "aterrissei" em Agra... finalmente! Estava esperando para ver finalmente uma cidade turistica, peguei um rickshaw, inventei uma estória e ele me levou ao hotel que eu havia escolhido no bus pelo guia da Lonely Planet (logico que antes ele me mostrou o hotel que ele indicava baaaah) kkkk bem, Agra me assustou mas é menos pior que Mumbai... aí bateu aquela cisma, aquele sentimento confuso e confesso que pensei em desistir o mais rapido possivel, nem tomei banho fui deitar meio abalado, para economizar escolhi um quarto sem ar condicionado, mas sem crise tá calor mas eu aguento! O lado bom é que pega wi-fi no quarto, conectei e conversei com muita gente, mas ainda estava abalado, desliguei o net e para ajudar acabou a luz... assim se foi o ventilador além da luz! Putz... mas eles ligaram o gerador e assim entrei no mundo dos sonhos...
(esse dia não tem fotos, foi um dia dificil heheh)
2 comentários:
Estou adorando, e de verdade queria estar ai com você meu amigo.
Mano, estas cronicas merecem um livreto..serio!
Postar um comentário