Com isso o sono foi-se por completo, entrei na net, fiquei batendo papo e enrolando, tomei uma ducha (Mauricio, vc está aí?) e desci para o café da manhã! Como a minha grana indiana estava no fim precisaria sacar e sendo assim não fui a alvorada no Taj. No restaurante do hotel comecei a me sentir muito bem, comi umas torradas com café e parti rumo á maior atração da India, o Taj Mahal!
No meio do caminho, parei em um ATM onde um condutor de Bicycle Rickshaw veio falar comigo eu disse não educadamente e para a minha surpresa o muleke foi educadíssimo e só falou “sem problemas, qualquer é só me chamar”, ganhou meu respeito ali, sem insistência, sem ser chato, pô!
Fui entrar no portão do Taj Mahal e os guardas me perguntaram do ticket, fiquei meia hora tentando dizer “ok não posso entrar mas onde eu compro?”, putz, as minhas mimicas não funcionam por aqui, ninguém nunca entende p... nenhuma kkkk aí um policial que falava inglês me explicou que precisava ir no posto de venda 1km adiante, e quem eu vejo na saída? O cara do bicycle rickshaw, chamei-o e perguntei o preço, 100 rupias (uns R$ 3,50) e vamos lá. No caminho conversando com ele, foi me oferecido conhecer todas atrações da cidade, pensei... perguntei o preço, ele falou o que o meu coração mandasse... bah, sem essa, eu quero o preço hehehe daí ele mandou 550 rupias... achei justo e fechamos negocio, eu e o Saluh!
Chegando lá ele me deu dicas para não pegar o guia e me ensinou onde comprar o ingresso! Fui lá e comprei-o, e voltamos ao portão, onde o Saluh ficou me esperando!
Enfim... Taj Mahal!
Incrivel... mais um cartão postal descortinado, visto á olho nu... na hora eu só sabia sorrir, mas estava ali na frente do mais belo monumento ao amor.
Para quem não conhece a história nem a musica do Jorge Ben Jor aí vai... no século XVI (ou XVII, repara não, to puxando isso da memoria mesmo rs), o príncipe munghal Sharj Jahan era casado com Mumtaz Mahal por quem ele era totalmente apaixonado, sendo a preferida entre as suas esposas. Porém ao dar a luz ao 14º filho, Mumtaz veio a falecer, deixando o pobre Sharj desconsolado e assim o príncipe decidiu que sua amada teria o mais belo palácio para o seu descanso final e mandou construir o Taj Mahal, todo feito em marmore branco, lindo e soberbo. Após o termino, a sua amada teve o monumento ao amor desse homem por ela; porém o Sharj estava ficando velho também e por sua vez decidiu construir do outro lado do rio (que fica atrás do mausoléu) um outro Taj para o seu futuro tumulo só que em mármore negro simetricamente alinhado ao Taj original e que fosse construída uma ponte entre os dois Tajs (vocês percebem o simbolismo e a beleza das idéias desse homem? Duas vidas, dois descansos e uma ponte que os une independente da vida ou morte, o significado da ponte é puramente o amor). Só quem não gostou muito da estória foi o seu filho mais velho pq nessa estava indo fortunas para todo esse simbolismo, espirito pratico e sem nenhuma poesia, seu filho decretou o velho Sharj como louco, não deu continuidade ao seu desejo e fez uma prisão domiciliar ao seu pai no forte de Agra e o mais triste de tudo é que todo dia das janelas do Forte, Sharj Jahan podia ver o Taj Mahal e lembrar da sua amada Mumtaz. Quando ele finalmente se juntou a ela, o seu corpo também foi sepultado na câmara principal ao lado de de sua amada
E aí gostaram? Quem sabe eu não escrevo uma novela? Minha personagem principal vai se chamar... deixa eu ver... ah, já sei... Helena! Eu sou muuuuito original Kkkkkk Pois é, e esqueci de comentar o detalhe arquitetônico... o Taj Mahal é simetricamente perfeito, as distancias dos fortes auxiliares, dos minaretes e todos os lados tem o mesmo tamanho! Por dentro é somente uma ante-sala e a câmara principal com os dois túmulos.
Bem dentro do parque do Taj, entre várias fotos, ouvi um sotaque português e pensei finalmente um irmão lusófono para conversar. Eram dois caras e para a minha surpresa não eram portugueses e sim espanhóis! Hããã? Como assim, espanhol falando português? Aí eu aprendi algo novo, os dois era da Galicia (famosa pela cidade de Santiago de Compostela) e nessa região fala-se o galego que na pratica é o nosso português. Cara eu não sabia disso, fiquei espantado kkkk, conversei um bocado com os dois que estavam em uma viagem á negócios na India e deram uma esticada até Agra para ver o Taj.
Bem, entrei no monumento, bati mais N fotos. Haviam 3 européias, sendo que uma delas era linda e eu achava engraçado que os indianos vinham para pedir para ela bater fotos com eles, até um tiozinho com cara de ser do Punjab pediu kkkk maaaas... ninguém pediu para bater foto comigo... bah... esse latino americano aqui, alto, moreno, forte... tá bom, exagerei! Kkkk
Voltei com o Saluh e seguimos para o Agra Fort, no caminho aquela confusão de transito tudo que é carro, rickshaw, bicycle rickshaw, animais, motos e etc. Mas logo chegamos ao nosso destino e lá fui eu novamente, andei pelo Agra Fort (aqui era o palácio real e aqui que o nosso amigo Sharj foi aprisionado, lembram?) vi a vista que ele tinha do Taj Mahal e fiquei triste por ele (esse blog é puro sentimento rsrs).
Ahhh passei por um casal de indiano e adivinha??? O cara pediu para tirar uma foto comigo kkkk alto, moreno, com uma tez latino americana, até eu pediria para tirar uma foto comigo mesmo kkkkk
tirei foto com ele e na minha máquina também e na sequencia conheci um grupo de senhores e senhoras tailandesas que... pois é... pediram para tirar foto comigo também huahuahuahua, muito bacana os tailandeses por sinal hein, eles têm fama de ser um povo sorridente e simpático, nada a ver com o Sagat e o Bison do Street Fighter kkkkk.
Na saída quem eu encontro? Aquela bonita europeia do Taj, dei um sorriso e ela me devolveu outro... ah se eu falasse inglês fluente... situação assim não dá para ficar tentando falar (digo por experiência própria).
Saí e encontrei novamente o Saluh e seguimos agora para o Bibis Mahal, do outro lado da cidade; agora um a parte sobre o Saluh... cara, que trabalho. A gente calculou no final a quilometragem percorrida e foram quase 40km pedalados nesse tempo em que ele ficou comigo, aí surgiu mais um sentimento confuso... eu estava sendo responsável pelo cara praticamente se matar para me levar aos lugares sendo que eu poderia ter pego um rickshaw normal á motor, porém eu fui responsável por uma boa grana extra para esse cara e se tivesse pensado assim com certeza o cara passaria o restante do dia procurando algum serviço, ou seja, sim apesar do esforço era vantagem para ele, e como atendi a sua 1ª oferta de preço, uma boa vantagem. OS.: Mas obvio que eu ajudava da minha forma, preferia descer do carrinho em subidas pois aí também seria demais hehehe.
Chegamos depois de muitas pedaladas chegamos ao Bibis, como eu estava sedento parei na entrada para comprar uma agua ou refri, uma pequena dálit me abordou pedindo um refri e dessa vez não tive duvidas, já falei que sim e a ligeira já foi em uma Sprite de 600ml kkkk mas tudo certo, comprei uma Mirinda pra mim e pro Saluh (que preferiu agua).
Entrei no monumento, dei uma volta nesse mini mausoléu e ainda contemplei uma boa vista do rio que desce de Delhi á Agra (não era o Ganghes ainda), nos jardins macacos passavam á toda correndo para lá e para cá, e apesar de apenas terem a altura do meu joelho, pareciam uns bois correndo.
De volta com o Saluh, seguimos em direção do lugar no outro lado do rio onde se via as ‘costas‘ do Taj. Tinha a opção de entrar pagando ou seguir pelo lado que seria a mesma coisa, como para dessa vez o Saluh ir comigo e me ajudar nas fotos decidi ir por fora, batemos fotos e ok, tudo certo.
Bem, eram mais de meio-dia, estava calor e eu estava com sede e fome, então pedi ao Saluh que me levasse novamente ao hotel, e fui atendido, no caminho ele ainda me levou em uma loja que eu havia pedido onde tentei comprar uma bata mas as que tinham não achei que ficaram ok e acabei nem levando então voltamos ao hotel onde paguei o grande Saluh e me recolhi ao meu ventilador nos meus aposentos.
Aqui meio que prefiro evitar o auge do sol na rua, porque o calor abafado é cruel, então acaba sendo melhor descansar a tarde. Depois de muita net e de uma ducha, saí na rua e comprei a passagem de trem á Jaipur na agencia da frente para o próximo dia ás 5 da matina. E depois fui comer no topo de um hotel aqui do lado onde se tinha uma vista incrível do Taj (conselho do Saluh).
Pedi um Muttton Masala e arroz ao garçom e ele perguntou se apimentado ou não apimentado e eu disse “no spice, no spice please” quando chegou puuuuuutz pimenta pura, no começo achei que dava para aguentar, depois até a Coca Cola queimava a minha boca kkkk mas eu insisti, pq como dá para perceber eu não ando comendo muito por aqui hehehe então precisava me alimentar mas no finalzinho desisti pq já caiam lagrimas com a quentura da comida. No horizonte (havia escurecido nesse meio tempo) se aproximava uma tempestade de raios, então paguei e rumei novamente á agencia para trocar uma grana e me tornei um homem de posses na India, brincando foram 15.000 rupias compradas e daria para muitos dias.
A chuva começou forte, atravessei a rua e voltei ao hotel onde agendei um rickshaw para as 4 e paguei a minha conta do café da manhã e das aguas e refrigerantes que bateram certinho sem surpresas (agradeci dizendo que eles eram exemplares) e subi ao meu quarto onde tentei dormir sem sucesso lembrando que eu levantaria ás 3 da matina.
No quarto só enrolei até dar a hora, meu relógio do sono tava zuado e eu mesmo zuei ele hehee não era jetleg.
Nenhum comentário:
Postar um comentário