segunda-feira, 16 de abril de 2012

15.04.2012 - Jaipur

Dessa vez acordei com o relógio... com uma preguiça modorrenta comecei a me arrumar e tomei uma ducha para despertar de vez, dessa vez decidi ir tomar o café da manhã no hotel (que eu havia ignorado sem querer esses dias), ele acontece no teto do hotel e foi muito agradável, nessa eu conversei com um casal de holandeses que estava no quarto ao lado do meu, depois do meu chocolate quente e minhas quatro torradas com manteiga, estava pronto para encarar mais um dia.

Na volta para o quarto encontrei novamente com Anna que me deu mais dicas preciosas agora para negociar com os tuk-tuks (rickshaws) agradeci e marquei de encontrar com ela ás 21:00 quando ela voltasse do trabalho só para dizer “tchau”.

Peguei as minhas coisas e saí para a rua, e dei de cara com um tuk-tuk e assim começou a negociação...

- Quanto você faz para o Amber Fort? – perguntei.

- Eu te levo no Amber Fort, no Royal Palace, etc. – respondeu o ‘driver’ citando outros lugares que não entendi.

- Não, somente o Amber Fort, quanto você faz? – insisti.

- Mas você vai conhecer todos esses lugares por 400 rúpias (R$ 14). – finalmente falou o indiano.

- Mas eu só quero o Amber Fort por 200 rúpias.

- Hahaha não é possível – me devolveu o condutor.

- Então, obrigado, está muito caro – respondi e saí andando.

- Por 300 rupias faço o Amber Fort e o Royal Palace – disse ele voltando atrás.

- 200? – insisti novamente.

- 300, é até onde posso chegar!

- E sem compras?

- Uma fabrica somente, o senhor vai gostar – disse o esperto indiano.

- Somente uma então, é sua promessa. E sem nenhum dinheiro a mais, certo? 300 e só, ok?

- Só 300, sem nenhum valor á mais. – me respondeu.

- Negócio fechado – disse eu entrando no tuk-tuk.

Pois é... imagina se toda vez que você fosse tomar um taxi no Brasil fosse esta negociação? Ou melhor, se você tomar um ônibus (pq tuk-tuk aqui todos pegam)? Não é chato? Ah no começo você acha legal, mas depois cansa, e se eles dão o preço sem negociação, ele é absurdamente mais elevado do que o preço real do serviço, e nessas pequenas coisas a sua grana vai indo. E no caminho ele me falou que caso a policia parasse, ele estava me cobrando pelo taxímetro... (no final da viagem o taxímetro deu 70 rupias para se ter idéia).

Ok, rumo ao Amber Fort! Atravessamos o centro da velha cidade cor de rosa e nos lançamos por sua periferia, pelo caminho muitas vacas e muitas vacas pelo caminho. Se a vaca é sagrada por aqui, o plástico deve ser o néctar dos deuses; porque a quantidade de vaca com a cabeça enfiada nos lixos espalhados pela rua mastigando plástico não tá no gibi, o leite já deve sair no saquinho... tipo C! kkkkk (ah foi boa, vai!).

Depois de não muito tempo chegamos ao Royal Palace e eu nem esparava já parar ali, já que estamos aqui, vamos lá... lindo e vazio! Ah, virou o paraíso para as minhas fotos usando o timer da câmera kkkk eu era a única alma viva daquele pedaço e fui desfrutando daquele conjunto de construções (em 3 áreas diferentes) que outrora havia sido o Palácio Real.

Fiquei mais ou menos 1h por ali, tirando fotos e aproveitando o lugar, e quando estava saindo é que estavam chegando alguns grupos esparsos de ocidentais (indianos, fora os da entrada e um senhor pedindo dinheiro não vi nenhum).

E assim após embarcar continuamos o caminho; íamos contornando vielas e mais vielas até que chegamos á uma área aberta linda, onde do lado direito havia contruções (lojas, casas, hotéis) todas em tom pastel (tipo deserto) e do lado direito havia um lago onde flutuava um forte no meio dele, fantástico. Depois disso começamos a ver elefantes caminhando na estrada na direção contrária e isso me deixou bem feliz, eram os primeiros que eu via na India; depois de uma curva contornando um monte, o forte finalmente apareceu, esplendoroso sobre uma montanha.

E nesses 15 km percorridos desde o hotel finalmente chegamos ao Amber Fort. Ao descer, o piloto me deu orientações e lá fui eu subir as escadarias na encosta até sem folego chegar ao portão principal. Na ‘fila’ do caixa é incrível perceber com indianos são lisos, os turistas naturalmente fazendo fila até que vem um indiano e ‘escorrega’ na frente de todo mundo e já está lá comprando a sua entrada... mas depois de duas pessoas logo comprei o meu ingresso e adentrei o forte!

O que dizer? Incrivel, recomendo e muito esse típico castelo indiano, um jardim muito bonito, fui percorrendo os seus corredores, suas muralhas, até um policial me pediu para tirar uma foto dele (cheio de papo rs) aliás, muito bem policiado esse Amber Fort, em todo canto havia um. Rodei, e rodei muito até que depois de 1h comecei a procurar a saída, fui indo e indo até começar ouvir uma música tipicamente indiana (das que eu mais gosto por aqui) os instrumentistas estavam ao lado de uma escadaria rodeados de pessoas... pensei em não chegar tão perto porque obviamente eles me pediriam dinheiro. Aí bateu um estalo na mente... não pode ser... e por uma fresta entre as pessoas eu vi... sim, eu vi... meninos, eu vi... uma Naja com o corpo ereto saindo de um cesto, eram os famosos encantadores de serpente! Os manos que são minas piram num encantador de serpente kkkk (não podia perder a deixa kkkk), fui lá na frente, filmei, bati foto, mas na hora de dar o trocado quem disse que eu tive coragem kkkkk sou mesmo o maior cagão de toda a História (lembrei do Mendes com a jibóia no pescoço em Foz... “iiihhhhhh” foi igualzinho, a diferença é que era uma mortífera naja do deserto kkkk) e não nego; mesmo com o cesto já fechado me recusei a depositar o dinheiro ali e só entreguei na mão do flautista.

Ou seja, como tigre sei que não vou ver mesmo (é raro) completei a minha gama de animais da India com elefantes, camelos, macacos, serpentes e vacas.

De volta ao portão de entrada, encontrei novamente com o piloto e caminhamos rumo á bendita “fabrica” que estava no pacote... que merda (perdão pela palavra). Lá na fabrica, relembrei-o de sua promessa e adentrei o recinto e tecidos, o ambiente era até bem bacana, sentei no sofá e fiquei conversando e ‘chorando’ dizendo que não levaria nada, não quero mais comprar nada, já comprei tudo, não, não quero, até que no fim (e pq eu havia lembrado) comprei um lenço de se usar no rosto (lembrando que eu embarcaria para o deserto naquela noite) e por R$ 10 levei o lenço... troço chato essa insistência hein.

Vi que o piloto ganhou o dele também e dessa vez em silêncio voltamos ao hotel, eu estava contrariado por ter ido na fabrica! Chegando na porta do hotel o piloto me perguntou “você está feliz?” e eu respondi dizendo que estava “feliz sim” enquanto o pagava os 300 combinados, aí foi a deixa que ele buscou, já me disse “você está feliz e não vai deixar um turuzinho” (obvio que ele não falou assim, mas foi isso que eu entendi hehehe) e eu o lembrei que havíamos combinado 300 sem nada a mais, e ele me lembrou que eu estava feliz, e eu que passei na fabrica onde ele ganhou o turuzinho a mais, e ele que o preço real era 400 e que havia feito um desconto para mim... ele desistiu, ambos soltamos um “have a nice day!” kkkk cara, é um martírio! Ow e fora que no estacionamento do Amber Fort, ele me perguntou se eu tinha 10 rupias para pagar pelo estacionamento... e isso que era 300 sem mais! Kkkk

Enfim, voltei ao hotel, onde comecei a arrumar a mala porque á meia-noite iria pegar o bus para Jaisalmer, entrei na net, postei no Face a foto da naja. E logo voltei para o quarto, onde escrevi a postagem (essa daqui que ainda vou postar) e tomei um banho enquanto na TV passava as Viagens de Gulliver no Star Movies (canal 125 – o meu preferido), no Star Gold (104) é os filmes de Bollywood onde esses dias assisti o Ra.One kkkk pesquisem e vcs verão esse ator que está em tudo que é filme e comercial, ele é tão famoso aqui que já até fez um filme de Hollywood, onde ele tem deficiência mental e é confundido com um terrorista no aeroporto, por enquanto só gosto de filmes com esse cara!

Quando deu umas 22:00 estava tudo arrumado, eu estava pronto e de banho tomado, fui até a porta da Anna e bati levemente mas ela não atendeu... esperei alguns segundos, mas ela poderia estar no banheiro, sei lá, e quando já estava na minha porta ela apareceu. Nos despedimos, agradeci a ajuda dela e desejei sorte em seu projeto “Open Eyes” assim segui rumo á recepção onde deixei tudo pago e ok para ás 23:00 só entregar as chaves.

Ás 23:00 entreguei as chaves e um dos rapazes me levou até um tuk-tuk onde um velho senhor locão demorou uns 10 minutos para fazer pegar o veículo, nessa confusão de “pega, não pega” esqueci de combinar o preço e sendo assim no caminho falei “50 rúpias, ok?” e ele “não, 100 rupias” e como eu não estava afim de mais negociação respondi “ok, 100 rúpias” e ele falou “não 100 rúpias, 200” ahhhhh aí eu fiquei louco e começamos a discutir com o veiculo em movimento, ele falava que era longe e eu falava que sabia onde era e que era perto e por aí vai, até que nervoso ele falou (ou pelo menos eu ouvi) “100, ok ok ok” e logo chegamos na estação, quando dei o dinheiro para ele lá veio... “não 100 rúpias, 150, não 200 não 100, 150” aí o sangue subiu de vez, aí começamos gritar na rua um com o outro, eu já injuriado da vida procurei um policial com ele dizendo “pode chamar” e falei “quer saber , toma aqui o seu dinheiro mau, você é uma pessoa má” hehehe isso para um indiano é uma ofensa daquelas. Ele fez silêncio enquanto contava o dinheiro e um senhor bem vestido que passava me perguntou o que aconteceu, eu falei rapidamente e ele me falou “esqueça, ele é uma pessoa má, não vale a pena” assim desisti do stress e entrei na rodoviária, vocês precisavam ver a minha quando um indiano no caminho me abordou para qualquer coisa, foi um “no, thank you” tão irado que ele não se atreveu a falar mais nada.

Perguntei á um grupo de garotas onde era a minha plataforma e elas responderam solicitamente e passando o mar de ônibus que não me permitia enxerga-la, gostei do aspecto da plataforma 3 que mesmo sendo 23:30 havia muitos comércios e iluminação com aquele movimento frequente de gente, claro que de indiano te encarando não tinha como escapar kkk.

Assim perguntei no guichê e nada do meu bus, falar para voltar em meia-hora e assim fiquei rodando entre os ônibus que sempre paravam por ali, até que perto da meia noite voltei ao guichê e vi um senhor indiano perguntando sobre o bus para Jaisalmer e com a resposta ele saiu atrás de um dos ônibus parados, ahhhh não tive duvida e fui atrás, chegando lá mostrei a passagem ao motorista e ele falou que sim que era aquele mesmo hehehe agora to tranquilo... que nada... tinha que guardar a minha mochila embaixo do bus e quando eu tentava acorrentar, o cara falava que não precisa porque ele trancaria, enfim não consegui acorrentá-la, mas só suni no bus depois do bagageiro fechado.

Dentro do ônibus, ok o meu lugar era na janela do lado de um gordo senhor auditor do governo que estava indo para Jodhpur, ele era simpático mas espaçoso pra caramba. E assim entramos na estrada, tomei um dramin e depois de 1h peguei no sono enquanto cortava o Rajastão de leste á oeste.

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