Acordei muito bem depois de uma noite muito
bem dormida, tomei uma ducha e o meu café e parti rumo ao hotel dos alemães,
uma ótima caminhada até lá com a rua bem tranquila pela rua principal e quando
entrei nas vielas logo estava perdido, putz, é a Veneza indiana kkkk desvia das
vacas e vai para lá e “não, não é” desvia das vacas e vai para cá e “é, talvez
seja”, mas o meu senso de direção não me abandonou e fui indo até que achei um
ponto que reconheci da noite anterior e logo estava na viela do hotel!
Já na entrada no restaurante estavam lá os
alemãesconversando com o casal australiano, e sentei para tomar uma Mirinda e
bater papo, vi dois espanhóis que havia dado um “hola” no dia anterior e
rapidamente eles estavam junto ao grupo. Enrolamos um bom tempo no hotel,
porque o calor estava terrível para os alemães e realmente em Varanasi com
exceção do deserto foi a temperatura mais pesada que peguei. Enrolamos mesmo
depois que o casal australianos despediu-se e os espanhóis tiveram a idéia de
tomarmos lassi (um tipo de iogurte gelado tipicamente indiano) e la fomos nós.
No caminho pelas ruelas, os europeus
adoravam bater papo com as crianças e se divertiam com elas, eu por minha vez e
sei lá porque me ausentei nesses momentos, engraçado que eu me lembrava do
Victor, Chimyn, Jesse, Canjo e Geronimo na Bolivia quando fazíamos as mesmas
coisas e agora eu não estava no clima de interagir com o povo. Continuamos pelo
emaranhado de ruas e entramos em um pobre estabelecimentochamado Blue Lassi
onde descobri ser o melhor lassi de Varanasi. Quase todos pedimos o de manga
obviamente estando na India... enquanto aguardávamos reparei em um camundongo
escalando os fios do estabelecimento no teto... ‘que beleeeeeeza’ eu pensei!
Mas quando veio o lassi... poooo que
delicia! Imagina um iogurte com pedaços de manga bem gelado, nos fartamos por
ali! Na sequencia andamos mais um bocado e os alemães gostariam de ver a
GermanBakery que muitas placas indicavam e fomos atrás.
Como já era hora do almoço decidimos comer
por ali mesmo e o engraçado que a padaria alemã era administrado por uma
família nepalesa hehehe, o ambiente era muito no padrão índia mas agradável e
havia muitas garotas europeias com as quais eu e Hincham nos divertíamos
cantando “ai, se eu te pego!”, ficamos umas 3h dentro da GermanBakery dando
muita risada, e o engraçado era que eu pedia para aos espanhóis em espanhol
para me ajudar no inglês e os alemães não aceitavam e falavam para eu mesmo
tentar em inglês.
Como revigora o espirito esse tipo de
encontro, quando todos têm uma mentalidade semelhante e caminham em uma direção
semelhante mesmo sendo de países tão distintos, foi um dos pontos altos dessa
viagem certamente.
Depois como logo o Sol nos abandonaria,
marchamos para o hotel deles onde os espanhóis ficaram e partimos os 3 pela
saída do rio onde encontramos o Baboo e alugamos os seus serviços para navegar
o Ganghes. Logo estávamos dentro do bote com o Baboo remando e nos contando a
história do rio e de seus ghats e palácios. Taí um cara bacana, o Baboo;
ouvíamos com atenção os seus casos e entre fotos e filmagens fazíamos perguntas
dos assuntos mais variados, por exemplo, ele tinha três filhos dentre os quais
eram 2 mulheres e o problema que a mais velha tinha 17 anos e já no próximo ano
poderia se casar, porém segundo o Baboo ocorrem duas festas uma feita pela
família do noivo e outra da noiva e gasta-se por volta de 2 milhões de rúpias
nessa festa para se ter idéia pagamos cada um 100 rupias pelo passeio e uma
Coca Cola custa 20 rupias por aqui.
Ok, continuamos a navegar enquanto
anoitecia no Ganghes, até que chegamos na altura da cerimonia hindu que estava
acontecendo no ghat ao lado hotel, assim pedimos para o Baboo não avançar mais
e ficamos ali vendo a cerimonia de dentro do rio enquanto os fogos circulavam
pelo ar conduzido pelos monges hindus, tiramos algumas fotos e logo voltamos a
frente do hotel, pagamos ao Baboo tiramos umas fotos com ele e subimos ao
hotel.
Ainda usei a internet, e como já daria
21:00 decidi voltar ao hotel pois ainda tinha uma boa caminhada até lá. Me
despedir foi difícil, mas procurei ser pratico como os europeus e sem abraços
fui dizendo adeus a um por um espanhóis, australianos (que estavam lá quando
voltamos) e especialmente ao Toby e ao Hincham... quanta dificuldade kkkk mas
faz parte! Como trocamos Facebook talvez nos reencontremos em Delhi.
E assim parti na caminhada noturna rumo ao meu
hotel, dessa vez achei um atalho entre as vielas e cheguei rapidamente na rua
principal onde a muvuca estava lá indo e vindo, mas um ambiente confuso e
bacana! Á passos largos cheguei rapidamente e corri para lavar os pés
(aposentei meu tênis, só chinelo e o pé como eu já disse fica uma fuligem só) e
já tomei uma ducha, me preparei e peguei no sono porque no dia seguinte tinha
um trem cedo.
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