sábado, 14 de abril de 2012

13.04.2012 – Jaipur e a cidade rosa.

Ahhhh que sono gosto sô! Tanto que foi difícil levantar, isso aconteceu lá pelas 9:30 e eu praticamente já tinha perdido a hora do café, ah mas ta valendo, principalmente pelo descanso.

Acordei e olhando no mapa decidi que iria a pé ignorando todos os motoristas de rickshaw da porta do hotel, e assim o fiz! Segui as direções do mapa e apesar dos mapas por aqui serem meio cilada, meu senso de direção estava ótimo. Sendo assim, apesar do caminho ser curto no mapinha e de ser 2 km de verdade consegui chegar ao meu destino, o cinema Raj Mandir, dali eu começaria o meu personal tour.

Do lado do cinema havia um Mc e lá fui novamente comer um Big Maharaja e o McVeggie, desta vez sem supresas no troco hehehe.

Eu estava já no segundo lanche quando um indiano bem vestido bebendo uma coca-cola sentou na mesma mesa que a minha, isso que o Mc estava quase vazio... “putz, lá vem mais ofertas de serviço” pensei. O cara puxou assunto e perguntou de onde eu era, e como a minha refeição estava no fim, continuei o papo. O cara falou sobre vários assuntos, até que ele falou sobre o meu cabelo, que o corte era legal e tals... beleza, falei que o meu cabelo era igual o dele e tudo, aí veio na lata: “ah você pode ir comigo no cabelereiro mostrar pra ele para eu cortar igual”... na hora, eu perguntei se dava para ver de onde a gente tava e tudo mais. Pessoal, a conversa é tão envolvente que o cara até te deixa lisonjeado com isso que você até leva em consideração. Mas ele falou que era bem próximo e que ele tava de carro... ahhhhhh beleza, a ficha caiu de vez! Assim fui direto no ponto falando: “pensa comigo, eu tenho de pensar na minha segurança e eu não te conheço, não sei se você é uma boa ou mal pessoa, não posso ir com você e não quero ir com você, beleza?” e ele respondeu dizendo que não era um cara mau e tudo mais e devolvi “acredito que não seja mesmo, mas eu não te conheço; beleza, vou indo, tchau!” Pô gente, obvio que era golpe, o cara me vê sozinho, compra um refri (ele deve fazer isso varias vezes no dia), senta na minha mesa em uma lanchonete vazia e vem com a poha de papo de cabelo... esse fdp era um baita vigarista, sorte que no meio da conversa antes do papo do cabelo eu havia despistado, falado que não estava sozinho e que meus amigos estavam por ali.

Pois é, saí logo dali e retomei o meu percurso até o centro velho de Jaipur, no caminho parei em uma joalheria para ver quanto eram um brinco de esmeraldas que minha mãe havia pedido levando em conta que aqui tudo é muito barato... mas esmeraldas não são kkkkk o mais simples estava por R$ 2.500,00, quase caí de costas quando vi hehhe pois é mãe, esmeraldas acho que fica pra próxima! O vendedor como todo bom vendedor indiano me fez sentar, beber água e conversar e conversar e conversar, haja conversa, toda vez que eu me despedia surgia um assunto novo hehehe.

Depois de muuuuita conversa, saí e finalmente entrei pelos portões da cidade velha! Enfim a cidade rosa, todas as construções eram de uma textura avermelhada pendendo para o rosa, bonito de se ver mas como todo lugar que até agora caótico pela profusão de pessoas e de veículos. Fui á passos firmes e largos atravessando as movimentadas ruas com destreza (já to pegando o jeito) e no caminho, os indianos mais diversificados iam me olhando. É cultural ver indiano andando de mãos dadas... é tão fofo. Aqui funciona assim, se você têm a sua mina, você não anda de mãos dadas com ela não, não pode! Agora com o seu amigo, você pode andar de mão dada ou abraçados (isso na India toda, tenho visto desde Mumbai mas faltava a deixa para falar sobre), então é comum você ver os jovens bigodudos de mão entrelaçada enquanto caminham e ainda te medem de cima á baixo de um jeito tão ‘uhhhhh’... pois é, enquanto os homens te encaram, a mulherada não dá nem bola kkkkk eita India!

Enfim cheguei ao meu destino... o City Palace de Jaipur! Dentro desses monumentos pagos é que se tem paz, não tem vendedor, não tem ninguém chegando em você com o costumeiro “hello, my friend”, nesses lugares que eu curto pra caramba, já saquei da câmera e comecei a tirar várias fotos, vendo ali o palácio real de todos os Marajás de Jaipur até os dias de hoje (sim, ainda hoje têm Marajá em Jaipur), visitei os pátios e o salão de recepção (onde não se pode tirar fotos) e vi até a foto do marajá atual. Os prédios em tom cor-de-rosa ou amarelados são de uma beleza impressionante e valeram a visita!

Antes de sair ainda encontrei lojas dentro do palácio vendendo roupas, entrei na primeira e só meu “hello” o senhor já falou “Braziiil” e já foi me mostrando uma relíquia que ele guarda pendurada na parede da loja e já foi dizendo “Juliana Paes” e lá tinha uma foto dele com a Juliana Paes e uma outra atriz loirinha que me fugiu o nome kkkk e não é que o cara aprendeu boas palavras em português, ele ia me falando em inglês e sabia dizer “um pouquinho” “bom” “até logo” raríssimo por aqui, comprei uma bhata e fui! E acho que essa foi a ultima vez que comprei algo na India kkkk.

Depois segui para o Janta Mantar, que é uma grande parque astronômico feito por um marajá que amava observações astronômicas, e é incrível o exercício das astronomia nas formas geométricas construídas ali séculos atrás, você tem desde relógio solar até sextante para ver a posição do Sol do período e tudo em tamanho família.

Depois do passeio, segui na direção de uma sombra e bebi uma Fanta que estava sendo vendida ali observando o movimento a volta, depois de tanto sol na moleira e como já eram 4 da tarde, resolvi voltar para ‘casa’, estava com saudades do ar condicionado hehe e peguei o caminho da roça, como não estava afim de caminhar fiquei procurando um rickshaw mas todos que eu achava estavam na direção do transito caótico e teriam de fazer um demorado retorno, decidi sair dos muros da velha cidade e dei de cara com a Universidade de Jaipur, bati uma foto de longe e segui meu caminho.

Passou um ônibus que deixou um jovem muçulmano bem na minha frente, e ele com um lenço que usava como máscara ficou me encarando, atravessei a rua e ele estava indo na mesma direção, e como eu estava de óculos escuros de canto de olho fiquei vendo que ele meio que estava incomodado comigo, ah meu amigo em um outro cruzamento, mudei de caminho e fui na direção dele, para ele perceber que eu não estava com medo dele, aí fiquei logo atrás dele que disfarçou e segurou até eu ultrapassá-lo, aí eu também segurei o passo e ele entrou em uma rua, aí eu resolvi parar de brincar com coisa séria e apertei o passo e um rickshaw finalmente me descobriu ali, só falei quero ir para o hotel (dei o cartão e “no shops”) o senhorzinho que pilotava o veiculo era um fanfarrão e a gente foi conversando, logo que partimos passamos por uma europeia que sorridente conversava com um indiano bem vestido (jeito de vestir parecido com o do Mc) e o motorista balançando a cabeça disse “oh man, Máfia!” e eu na hora lembrei do que tinha acontecido no Mc e perguntei o que eles faziam, ele falou que levavam para algum lugar e roubavam todo o dinheiro... puuuuutz, tá vendo o livramento, obrigado Senhor!

Cheguei no hotel, agradeci o motorista e dispensei-o dos serviços, o dos dias seguintes também! E aprendi a lição, caminhar não é uma boa idéia por aqui hehehe então segui para o meu descanso, tomei uma ducha, entrei na net, depois sair para comprar umas besteiras para comer e papel higiênico de reserva (esqueci o meu no Brasil, apesar de não ter tido problema é sempre bom ter), entrei na net de novo e estava assistindo Indiana Jones até acabar a luz, primeira aqui em Jaipur kkkk pena, bem na parte que eles estão na lancha em Veneza pô... bem sendo assim acho que meu dia acabou por aqui... boa noite gente!

Ow e será que tem alguém acompanhando? O Rodrigo eu sei que tá mas nem minha mãe sei se está kkkkkk é gostoso escrever um diário de viagem, parece uma terapia para lidar com a solidão. Obs.: A luz acabou de voltar aêw e o ventilador tbm, mas a TV a cabo não... bah! Opa, voltou! F-ó-i... fui!

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